KM 162 - Rescaldo dos Nacionais com RUI COSTA

O ciclista Rui Costa (Caisse d'Epargne) sagrou-se no dia 25 de Junho Campeão Nacional de contra-relógio, na prova de 40,5 kms, em Santa Maria da Feira.
O natural da Póvoa de Varzim sucede assim a Tiago Machado como Campeão Nacional desta especialidade e passa a ser o representante das cores nacionais alem fronteiras sempre que seja chamado a dar contas em solitário contra o relógio.



Assim sendo Rui Costa gasto 51m43s para concluir os 40,5 quilómetros do percurso e relegou para segundo lugar, Sérgio Sousa (Madeinox-Boavista), que gastou mais 33 segundos, e o seu irmão Mário Costa (Barbot-Siper) para o 3º posto a 35 segundos.




Bom dia Rui Costa, sê bem-vindo ao CANTINHO DAS ESTRELAS do Algarvebike, é com enorme prazer que te recebemos neste nosso e vosso espaço dedicado ao ciclismo e a todos aqueles que fazem dele, um dos desportos mais bonitos do mundo.

Desde já por parte do Algarvebike os nossos parabéns pelo excelente triunfo e pela magnifica vitoria que tiveste recentemente na Volta a Suíça que tanto nos vez vibrar e desfrutar.

Vamos então a esta mini entrevista por nós vista como uma conversa entre amigos!


AB - Neste momento tens 23 anos e estás numa das melhores equipas do mundo, já tendo um currículo a nível mundial com muito valor e só agora estas no inicio da tua carreira. Quando deste este passo (integrar a Caisse d'Epargne) sentias-te preparado para o dar ou estavas com receio que fosse ainda cedo?
R.C. - Bom dia, antes de mais, obrigado eu por este convite por parte do AlgarveBike e obrigada por apoiarem esta modalidade. Sou ambicioso por natureza, e como tal, sempre desejei ir para o escalão mais alto do ciclismo. Havia quem dissesse que era cedo mas eu achava que não, que era a altura certa para dar o passo e ir me adaptando. Até porque esta vida de corredor é tão curta que há que aproveitar todas as oportunidades que surgem.
AB - Há quem te chame em Espanha a grande pérola lusitana, sentes essa responsabilidade, e de que já és, um exemplo para muitos jovens praticantes desta espectacular modalidade?
R.C. - É bom ser-se reconhecido pelo nosso esforço, apesar de eu achar essa denominação um bocadinho exagerada. Sim, é uma responsabilidade não só em representar a nossa bandeira lá fora, como tentar passar um exemplo positivo aos futuros corredores. Espero que isto sirva de incentivo a estes jovens e que sejam eles futuramente a orgulhar-nos lá fora.


AB - Passando a estes campeonatos nacionais propriamente ditos. Como correu o Nacional de estrada, foram ao encontro do que esperavas ou soube um tanto ao quanto a pouco?
R.C. - Quando fui para a prova em linha já havia recebido uma chamada do Unzué que me pediu para ir com tranquilidade e evitar as quedas, pois havia uma forte possibilidade de ir ao Tour. Foi o que eu fiz. Já tinha alcançado o meu objectivo no crono e o outro era o Tour, por isso, o resultado não me soube nada a pouco. Já agora, aproveito para parabenizar o Rui Sousa pela vitória, foi conseguida com mérito.


AB - Sendo tu um ciclista completo com facilidade na montanha e vindo a melhorar bastante nos contra-relógios, tens vindo a fazer algum “trabalho de casa” especifico para melhorares a tua performance a este nível?
R.C. - Na nossa equipa nem todos os corredores têm bicicleta de CRI em casa para treinar. No ano passado eu era um deles, mas como queria muito evoluir, pedi que me facultassem uma. Este ano já foi possível treinar em melhores condições e penso que isso foi fundamental para esta evolução.


AB - Sentes que este é muitas vezes o “tendão de Aquiles” de muitos bons ciclistas que vêem as suas vitorias fugirem em provas por etapas, devido a este ponto fraco?
R.C. - Sem dúvida que sim, pois normalmente um ciclista leve, óptimo para as subidas, não é tão bom para o CRI, maioritariamente a rolar. Assim sendo, escapasse-lhes o triunfo na geral.


AB - Falando agora do teu excelente triunfo no CRI, tinhas como um dos objectivos de época poder conquistar esta camisola ou encaraste esta prova mais como uma forma de preparação para o resto da época e para a presença no Tour?
R.C. - Sempre quis ser Campeão Nacional, era algo que ainda não havia conseguido. Depois da vitória na Suiça ganhei mais um bocado de confiança em mim próprio e acreditei que este ano isso poderia ser possível. Foi um sabor especial vencer em Portugal, mas é óbvio que foi também excelente em termos de preparação para a Prova Raínha.

AB - A quem dedicas este triunfo?
R.C. - Aos meus pais, irmãos e namorada que me acompanham sempre, mas também aos apoiantes do ciclismo em geral.


AB - Nesta que é uma especialidade a solitário, um atleta tem de ter uma forte componente psicológica, em que é que pensas quando estás ao limite das tuas capacidades e sabes que tens de continuar a dar tudo até à meta?
R.C. - Quando vou em muito esforço na cauda do pelotão, penso que tenho de terminar e que melhores dias virão. Mas quando o esforço é para cruzar a meta bem classificado, até esqueço as dores e só penso no quanto bem saberá mais um bom resultado.


AB - Como foi a convocatória e qual o objectivo para o Tour?
No início da época não esperava mesmo ir ao Tour até porque o Unzué disse que estava fora de questão me incluir em alguma das 3 grandes competições, mas acabou por me convocar. Fiquei maravilhado. Quero terminá-lo e fazer um bom trabalho para que o líder, Luís Leon Sanchez, acabe bem classificado na geral. Vamos lá ver se desta vez levo melhor sorte na bagagem.


AB - Pessoalmente não sei se conhecesses a Vanessa Fernandes, como viste a sua participação nos nacionais e os seus triunfos, já que é uma desportista excepcional e de Elite Mundial?
R.C. - Pessoalmente não conheço a Vanessa, mas foi bom para o Ciclismo Nacional tê-la em competição, quer em termos mediáticos pela figura que é, quer para a fluência de público nas bermas da estrada.

AB - O que te apetece dizer aos muitos fãs que tens, onde eu me incluo e aos mais novos que já te têm como uma referência?
R.C. - Eu costumo dizer que não tenho fãs, tenho amigos e apoiantes que gostam desta modalidade. Digo-lhes que se não praticam, experimentem. E aos que praticam que o façam com lealdade e ambição de modo a dignificar o nosso ciclismo que bem precisa de momentos de glória.


AB - Para terminar Rui, sei que frequentas regularmente o Facebook, onde é que as pessoas te podem acompanhar e saber mais sobre ti?
R.C. - Já tive uma página da internet, mas como não funcionou como eu queria, optei por incluir-me no facebook. É uma maneira de chegar mais próximo daqueles que gostam deste desporto. Podem procurar o "Clube de fãs Rui Costa" para me encontrarem, passo por lá sempre que posso e de vez em quando fazemos alguns passatempos onde ofereço brindes desportivos.


Muito obrigado Rui Costa pelas palavras, tudo de bom para ti, e que o azar que já te marcou nesta época seja retribuído em triunfos como este!
Fotos:PAD

2 comentários:

Anónimo disse...

ÉS Grande Rui. Gostei das tuas palavras e sobretudo da tua humildade. Continua assim. O ciclismo precisa de corredores como tu. Obrigada AlgarveBike por nos trazeres este homem até nós :)

Marco Guerra disse...

Como amante da modalidade que sou e Amigo do Rui foi com enorme prazer que li esta noticia.
Obrigado à Algarvebike por esta entrevista, se todos fossem assim talvez o ciclismo em Portugal tomasse outras proporções...

Abraço
Continuação de excelente trabalho